Pessoal, hoje o post é no sentido de prestigiar um amigo Jornalista, relatando um pouco de sua história, que já acumulou uma grande bagagem e muita experiência em sua carreira.
Em outubro passado, o jornalista Jorge Marcelo Oliveira completou 20 anos de profissão. Editor do site MONDO MODA, Jorge Marcelo trabalhou em diversas publicações como Editor de Estilo, Produtor de Moda e Figurinos.
Com exclusividade na web, ele conversou com o Ronienfoque, onde contou um pouco sobre sua profissão.
Parabéns meu querido amigo! É uma honra poder contar aqui um pouco da sua trajetória. Sucesso Sempre!
1) Como e quando você se interessou pela produção de moda?
Minha vida profissional se divide em duas fases. Na primeira, trabalhei como produtor de jornalismo num programa de uma extinta emissora de TV em 1993; assistente de produção num curta-metragem rodado em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo e produzi filmes institucionais em diversas produtoras de cinema/vídeo; produzi filmes publicitários (figurinos) para shopping de Campinas, São Paulo, Vitória, Santa Catarina, Ribeirão Preto, São Carlos, Sorocaba, Jundiaí, entre outros. Paralelo a isto, produzi figurinos para diversas campanhas fotográficas.
Isto aconteceu até 2003. Parei alguns anos para me dedicar a uma ONG de Direitos Humanos. Voltei ao mercado no final de 2005. Aí, começa a segunda fase da minha vida profissional, quando meu primeiro passo foi montar um Workshop de Produção de Moda. A partir daí, fiz um sequencia de trabalhos voltando a produção de moda.
2) Como você realiza a maior parte do seu trabalho, você segue algum roteiro ou cada trabalho é feito de forma diferente?
Trabalho em três frentes: editor de estilo, produtor de figurinos e jornalista de moda. Dividir-se entre as três não é nada fácil.
Como editor de estilo, faço editoriais de moda para algumas publicações. Fiquei seis anos e nove meses na revista Residenciais, mídia direcionada a condomínios fechados do estado de São Paulo. Neste trabalho, pesquisava, lia, participava de Semanas de Moda, seminários, encontros e fóruns de moda.
Cada editorial tinha um tema. No começo, eu ficava muito preocupado em seguir esta ou aquela temporada. Com o tempo, porém, descobri que, isto é uma bobagem, pois editorial de moda conta uma estória e, ela, nem sempre corresponde ao real. Ele é para criar um conceito, propor uma ideia e, quando bem feito, provocar alguma reflexão. Editorial que se propõe a vender roupa é catálogo de loja – que é outra coisa. Um bom editorial precisa respirar com liberdade criativa, mesmo com a pressão exercida pelo departamento comercial. Se isto não acontece é que os profissionais envolvidos estão em profissão errada.
Como produtor de figurinos, trabalho no mercado publicitário, que segue uma cartilha bem padronizada de estilos, cores e padronagens. Neste universo, para os homens, a calça cargo, a camisa ou polo e o sapatênis se tornaram o uniforme. Para as mulheres, roupas neutras ou com cores sóbrias. Eventualmente, um acessório mais ousado – dependendo do produto. Como a própria definição do termo figurino: é uma roupa para vestir um personagem – seja da TV, teatro, cinema, teatro, circo, etc. Mas, como publicidade trabalha em cima de estereótipos, pois, ela não gosta de levantar bandeiras sociais, se você criar um guarda-roupa com peças básicas, com numeração masculina do 40 ao 44 e feminina, do 38 ao 42, economiza um bom tempo.
No jornalismo de moda, eu posso discutir tudo isto que escrevi logo acima, inclusive questionando se é real ou não. Se você não tiver um afiado senso crítico para discordar de todas as verdades pré-estabelecidas, você não será um jornalista.
3) Você tem alguma “fonte” de inspiração?
No atual momento, ninguém mais cria nada de original. Nem na música, nem no cinema, nem nas artes e muito menos, na moda. Tudo já foi feito. O que nos resta, isto sim, é reinterpretar ‘ideais’. Propor uma nova cara a um produto que já foi criado. Ele pode ser a partir de um detalhe ou de um olhar que foi mal aproveitado e que merece uma reinterpretação. O que você precisa é ser focado para não dispersar energias, principalmente em algo que pode ser inviável financeiramente. Mas é neste ponto que você precisa, antes de tudo, ser um ‘produtor’, antes de ser apenas alguém que gosta de moda.
4) Qual parte na produção você gosta mais?
O momento que a publicação sai do forno é sempre é o mais prazeroso, afinal, o processo produtivo é como uma ‘gestação’. Quando o filho ‘nasce’, é só alegria.
5) E uma dica pra quem está pensando em entrar nesse ramo.
O melhor caminho é conseguir uma vaga como assistente ou estagiário de um profissional do mercado com nome respeitável. Produção de moda só se aprende com a prática. Além disto, continuamente precisa estudar. Ler os mais variados livros, revistas e jornais especializados. Navegar por sites e blogs também é interessante, mas não pode ser sua única fonte de informação. Frequentar Semanas de Moda também é um importante complemento, assim como encontros, fóruns, seminários deste universo.
6) O que é fundamental para um produtor de moda?
Antes de gostar de moda, precisa aprender a ser um produtor. Isto não é fácil, pois não existem cursos acadêmicos para tal profissão. Produtor é o profissional que resolve problemas – seja das mais variadas fases do trabalho. Portanto, entre ‘gostar de moda’ e ser um ‘produtor de moda’ tem um oceano de distância.
Na minha vida profissional, encontrei diversas pessoas que gostavam de moda, eram donas (ou filhas) de loja de roupas ou profissionais de áreas correlatas – casting, objetos ou maquiagem, que acreditavam que seriam ‘produtores de moda’. Boa parte descobriu que na ‘prática’, não tinham aptidão para a profissão. É uma profissão muito dinâmica, que exige PACIÊNCIA, curiosidade, atenção, jogo de cintura, resistência diante da quantidade de pressões e muita, mas muita persistência – pois ela tem muitos mais altos e baixos que as pessoas imaginam.
7) Qual a frase ou uma mensagem que você gostaria de deixar para os leitores do Ronienfoque?
“Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.”
(William Shakespeare)
Confiram alguns trabalhos produzidos por Jorge Marcelo: