Oi Pessoal, um lindo domingo a todos! Vamos ser feliz!
Já ouviram falar em Tal Ben-Shahar? Se eu lhe dissesse que este doutor israelense é um dos principais e mais requisitados professores de Harvard ou que muitos de seus alunos são empresários, você provavelmente pensará que ele leciona economia ou administração, certo? Nada disso. Tal Ben Shahar ensina FELICIDADE.
Isso mesmo. Os cursos mais populares da Universidade Harvard não ensinam medicina ou direito, mas felicidade. Em um único ano, milhares de alunos se inscreveram para assistir às aulas do professor Ben-Shahar, especialista em psicologia positiva, uma das correntes mais presentes e aceitas no mundo e que ele próprio define como “a ciência da felicidade”.
Tal Ben diz que a alegria pode ser aprendida, do mesmo modo como uma pessoa aprende a esquiar ou a jogar golfe: com técnica e prática. Na primeira vez que ministrou o curso, há dez anos, oito pessoas se inscreveram. A fama cresceu e, embora os alunos façam trabalhos, não recebem notas, mas algo mais pessoal. “Eles falam que a aula muda a vida deles”, diz o professor.
Em entrevista, ele mostra como encontrar satisfação profissional e pessoal. Leia abaixo e prossiga, pois compartilhei também seis chaves para ser feliz, segundo o professor Ben-Shahar. Uma ótima e completa introdução ao pensamento do israelense e da psicologia positiva em sua vida.
Uma pesquisa de doutorado feita no Brasil revela visões diferentes do que é ser bem-sucedido, que vão além de dinheiro e poder. As pessoas buscam algo mais profundo? Sucesso não traz, necessariamente, felicidade. Ter dinheiro ou ser famoso só nos faz ter faíscas de alegria. A definição de sucesso para as gerações mais novas mudou. Não é que as pessoas não busquem dinheiro e poder, mas há outros incentivos.
No passado, sucesso era definido de maneira restrita, e as pessoas ficavam numa empresa até a aposentadoria. Agora, há uma ânsia por evoluir no trabalho, ter equilíbrio na vida pessoal e encontrar um propósito.
Qual a principal lição sobre a felicidade o senhor aprendeu? O que realmente interfere na felicidade é o tempo que passamos com pessoas que são importantes para nós, como amigos e familiares — mas só se você estiver por inteiro: não adianta ficar no celular quando se encontrar com quem você ama. Hoje, muita gente prioriza o trabalho em vez dos relacionamentos, e isso aumenta a infelicidade.
Qual sua opinião sobre o discurso de que basta fazer o que ama para encontrar satisfação profissional? Isso pode ser a solução para alguns. Na maioria dos lugares e trabalhos, é possível identificar aspectos significativos para cada pessoa. Uma pesquisa feita com profissionais que trabalham em hospitais mostrou que tanto no caso de médicos quanto de enfermeiros e auxiliares havia profissionais que enxergavam o trabalho como um chamado e outros que o viam apenas como um emprego.
Em outras palavras, o foco que damos ao trabalho acaba sendo mais importante do que a natureza dele. Alguém que é funcionário de um banco pode pensar que trabalha com planilhas o dia todo ou que está ajudando as pessoas a gerenciar sua vida.
O jornalista britânico Oliver Burkeman defende que não se deve buscar felicidade, mas o equilíbrio, pois ninguém pode ser feliz sempre. O que acha disso? Concordo. A primeira lição que dou na minha aula é que nós precisamos nos conceder a permissão de sermos seres humanos. Isso significa vivenciar emoções dolorosas, como raiva, tristeza e decepção. Temos dificuldade de aceitar que todo mundo sente essas emoções às vezes. Não aceitar isso leva à frustração e à infelicidade.
O senhor é feliz? Eu me considero mais feliz hoje do que há 20 anos e creio que serei ainda mais feliz daqui a cinco anos. A felicidade não é estática. Ser feliz é um processo que termina apenas com a morte. Encontrei significado em meu trabalho e faço o que me dá prazer, mesmo tendo, como todo mundo, momentos de estresse e sofrimento — esse é o equilíbrio que todo profissional deve almejar. Mas também procuro desfrutar de coisas fora do mundo do trabalho: passar tempo com minha família, com meus amigos e encontrar um espaço na agenda para a ioga. Tudo com moderação.
Tal Ben-Shahar é o criador do curso mais popular na história de Harvard, o de Psicologia Positiva. Ainda, tem milhares de alunos no curso de Psicologia da Liderança. De seus inúmeros livros e de sua experiência profissional, extraiu seis grandes chaves para a felicidade.
Conheça-as abaixo e assista ao vídeo em que o professor explica como começou a desenvolver suas teorias sobre a ciência da felicidade. Imperdível.
- Perdoe seus fracassos. E mais: festeje-os! É impossível tentar viver sem emoções negativas, já que são tão naturais quanto a alegria e o bem-estar. “Aceitando as emoções negativas, nos abrimos para desfrutar a positividade e a alegria”, diz o especialista. Temos que nos dar o direito de ser humanos e perdoar nossas fraquezas.
- Não veja as coisas boas como garantidas, mas seja grato por elas. Coisas grandes ou pequenas. “Essa mania que temos de achar que as coisas são garantidas e sempre estarão aqui têm pouco de realista.” Pratique a gratidão sempre.
- Pratique esporte. Basta praticar um exercício suave, como caminhar em passo rápido por 30 minutos diários, para que o cérebro secrete substâncias que nos fazem sentir “drogados” de felicidade, porque na realidade são opiáceos naturais produzidos por nosso próprio cérebro, que mitigam a dor e geram prazer.
- Simplifique, no lazer e no trabalho. “Precisamos identificar o que é verdadeiramente importante e nos concentrar sobre isso”, propõe Tal Ben-Shahar. Já se sabe que quem tenta fazer demais acaba conseguindo realizar pouco, e por isso o melhor é se concentrar em algo e não tentar fazer tudo ao mesmo tempo.
- Aprenda a meditar. No longo prazo, a prática de exercícios de meditação ajuda a enfrentar as armadilhas da vida e superar crises com mais força interior. Ben-Shahar acrescenta que a meditação também é um momento para orientar os pensamentos para o lado positivo. Embora não haja consenso de que o otimismo garanta o êxito, ele lhe trará um grato momento de paz.
- Seja resiliente. Cultive a percepção do fracasso como “oportunidade”. O conceito de resiliência foi emprestado da física e da engenharia e descreve a capacidade de um material de recuperar sua forma original depois de submetido a uma pressão deformadora. Nas pessoas, a resiliência expressa a capacidade de um indivíduo de enfrentar circunstâncias adversas, condições de vida difíceis e situações potencialmente traumáticas, e recuperar-se, saindo delas fortalecido e com mais recursos.
“Nem demais, nem de menos. Só o suficiente para ser feliz.”
Fonte: Revista Exame – Carreiras