O teste do pezinho é um dos exames mais importantes para identificar quaisquer anormalidades e prevenir uma série de doenças no recém-nascido.
A triagem deve ser feita entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, já que antes disso os resultados podem não ser muito precisos. Outras versões do teste oferecidas na rede particular são capazes de detectar mais doenças.
Os bebês são submetidos a uma bateria de exames logo que nascem, com o intuito de identificar quaisquer anormalidades e prevenir uma série de doenças. A triagem neonatal, mais conhecida como “teste do pezinho”, é um dos exames mais importantes na hora de detectar irregularidades na saúde da criança.
Com apenas algumas gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, o teste oferecido gratuitamente na rede pública permite diagnosticar precocemente seis doenças, entre metabólicas, congênitas e infecciosas.
O teste do pezinho chegou ao Brasil na década de 70 para identificar a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Em 1992, o teste se tornou obrigatório em todo o território nacional.
Segundo Carmela Maggiuzzo Grindler, coordenadora estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal de São Paulo, as doenças detectadas são crônicas, genéticas e incuráveis. “Quando identificadas e tratadas precocemente, aumentamos a chance de sobrevida normal, de integração social e de preservação da capacidade cognitiva e da qualidade de vida dos pacientes”, afirmou Grindler.
Conheça as doenças identificadas no teste do pezinho
Doença falciforme e outras hemoglobinopatias – Doenças que alteram a formação da hemoglobina, molécula responsável pelo transporte do oxigênio no sangue. Em decorrência dessa alteração, as hemácias ficam com forma de foice (daí o nome “falciforme”), o que dificulta sua locomoção e acaba lesionando tecidos.
Deficiência de biotinidase – É a falta da vitamina biotina no organismo. Sua deficiência resulta em convulsões, fraqueza muscular, queda de cabelo, surgimento de espinhas, acidez do sangue e baixa imunidade.
Fenilcetonúria — É uma doença genética caracterizada pela incapacidade de metabolizar a enzima fenilalanina-hidroxilase, responsável pela transformação do aminoácido fenilalanina em tirosina. A ausência de tirosina pode acarretar retardo mental.
Fibrose cística – Doença genética que compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem muco, suor ou enzimas pancreáticas. O tratamento deve ser feito com equipe multidisciplinar, envolvendo profissionais de pneumologia, nutrição, fisioterapia e endocrinologista, entre outros. Em recém-nascidos, pode causar obstrução ileomeconial.
Hiperplasia adrenal congênita – Conjunto de alterações genéticas que reduzem a produção de hormônios nas glândulas adrenais e afetam o crescimento normal da criança. Meninas com a doença podem ter genitália ambígua. Não tem cura, mas com o tratamento contínuo o padrão de crescimento pode ser normalizado.
Hipotireoidismo congênito – Doença que faz com que a glândula tireoide nao seja capaz de produzir quantidade adequada de hormônios tireoidianos, o que deixa os processos metabólicos mais lentos. Uma das principais consequências é a retardação mental.
“É de vital importância que o diagnóstico seja realizado o mais precocemente possível e assim se possa iniciar o tratamento antes do aparecimento dos sintomas. Todas as doenças investigadas, se diagnosticadas e tratadas em tempo oportuno, podem evitar quadros clínicos graves, como o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e até o óbito.
O teste do pezinho ampliado, feito particular contribui para o diagnóstico de 53 doenças.
Fonte: Drauzio Varela